domingo, 28 de junho de 2009

O sucesso das empregadas na TV:


Quem acompanha a novela Caminho das Índias deve estar encantado com a carismática Sheila, interpretada por Priscila Marinho. A empregada de Dona Melissa (Christiane Torloni) espelha-se bastante no glamour da patroa e diverte o público com sua gargalhada e bom humor, que acabam roubando a cena.

Ao seu lado, com quem agora divide o trabalho na mansão dos Cadore, Sheila tem Ondina (Luci Pereira), a outra empregada, mais pé no chão e que puxa a amiga de volta ao mundo real quando ela viaja nas maluquices e extravagâncias de Melissa. Ondina segue a linha de empregada mais séria, que chama a atenção do patrão, Sr. Cadore (Elias Gleizer), que diz ser um "abusante".

E o que não falta na televisão brasileira é empregada. Empregada de todo tipo. Tem a que é boazinha, a conselheira, a engraçada, a misteriosa, a mãezona, a gostosa, a pobre, e claro, a vilã. Quem é que não se lembra de Juliana Paes estreando em Laços de Família (2000) na pele de Ritinha, a empregada gostosa que era amante do patrão boa vida Danilo (Alexandre Borges) e acaba grávida de gêmeos dele.

Na linha das protetoras, em O Clone (2001), Zoraide (Jandira Martini) cuidava de tudo na vida de Ali (Stênio Garcia), e teve o papel fundamental de conselheira na vida da sobrinha dele, Jade (Giovanna Antonelli).

Quando mais engraçadas, melhor
O gosto do público parece pender mais para o lado do humor quando se trata de personagens desse tipo. Não é a toa que Marinete e Sirene, personagens de Claudia Rodrigues em A Diarista e Sai de Baixo respectivamente, foram sucesso. Além delas, Edileuza (Cláudia Jimenez) e Neide Aparecida (Márcia Cabrita), também no humorístico Sai de Baixo, até hoje são lembradas quando o assunto é empregada doméstica engraçada, dessas do tipo que tomam conta e se metem na vida dos patrões.

Mais recentemente, Filó (Gorete Milagres), a pobre faxineira que fazia parte do elenco de A Praça É Nossa, no SBT, era - e ainda é - lembrada por seu bordão "ô coitado". Direto de Pato Branco, interior do Paraná, o Toma Lá Dá Cá trouxe a falante e intrometida Bozena, interpretada por Alessandra Maestrini, atriz paulista que de paranaense só tem o sotaque engraçado cheio de "daí", e sempre com uma história da terrinha para contar.

Outro caso parecido é da novela Top Model (1989), na qual a atrapalhada Naná (Zezé Polessa) nutria uma paixão platônica pelo patrão, Gaspar (Nuno Leal Maia), e cuidava dos quatro filhos dele como se fosse mãe. Adorava fazer surpresas para ele e tinha também um bordão sempre que uma de suas investidas davam errado: "Meleca!". Em Duas Caras (2007), Sabrina (Cris Vianna) e Barretinho (Dudu Azevedo) tinham um amor proibido. Ela, empregada da casa, negra, sofria com os ataques do rapaz, mas a família dele, preconceituosa, era contra o relacionamento. Porém, no final da novela, mais um casal de patrão casando-se com a empregada foi formado na teledramaturgia brasileira.

Empregadas e vilãs

E no ramo das misteriosas e maquiavélicas, Regina Duarte, Ana Beatriz Nogueira e Betty Faria fizeram história. Waldete era um mistério só em Três Irmãs. Meio vilã, meio mocinha, enigmática e prestativa ao que lhe convinha. Foi nessa pegada que Regina Duarte roubava a cena. Em Duas Caras, era a empregada chique Bárbara (Betty Faria) que fazia o papel dúbio, guardando segredos de Ferraço (Dalton Vigh) ou revelando suas maldades, de acordo com sua vontade.

A empregada que não fazia mistério nenhum sobre sua personalidade e era má mesmo, foi vivida por Ana Beatriz Nogueira no remake de Ciranda de Pedra, em 2008. Frau Herta infernizou a vida de Laura (Ana Paula Arósio), ajudando a pior o estado de saúde da patroa e fazendo-a passar um tempo em um hospício, tudo porque é apaixonada pelo marido da patroa.

Fonte: Juliano audiências